A verdade tem sabor.

 Há quem diga que a verdade afasta, eu acredito que esclarece, clarifica, limpa e cria limites.


Temos medo de ser verdadeiros porque temos medo que não gostem de nós. E neste receio embrulhado na necessidade de aceitação e pertença, muitas vezes mostramos o que não somos, toleramos o que não gostamos e nos faz sentir mal, e deixamos passar uma série de experiências relacionais que nos magoam e intoxicam. Porquê? Porque não clarificamos limites, porque não mostramos o que sentimos, pensamos e queremos. Abafamos, escondemos e fingimos, e nesta forma de estar mantemos por perto pessoas e relações que nos intoxicam e nos fazem mal. Mas somos nós, os que permitem e não colocam limites explícitos, que permitimos e alimentamos este tipo de relações e pessoas.


Somos nós, que ao não sermos verdadeiros connosco e com eles, construímos uma imagem que muitas vezes está longe da essência e das necessidades pessoais. Com medo de perder gastamos uma quantidade imensa de energia a digerir este tipo de relações não criando espaço nem tempo para investir naquelas que de facto nos fazem bem e estão alinhadas com o que somos e queremos.


A verdade, a nossa, aquela onde somos nós e nos mostramos sem imposições ou arrogância, com limites, gostos, interesses e formas de viver, para além de afastar de forma simples aqueles que simplesmente querem viver outras verdades, não nos fazem perder ninguém, apenas clarifica e aproxima aqueles que querem estar connosco, aqueles que apreciam a nossa forma de viver e compreendem e respeitam quem somos e o que queremos.


Muitas coisas podemos perder quando nos mostramos aos que connosco se relacionam mas os ganhos são incalculáveis quando construímos um mundo simples, verdadeiro e leal.

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