Éramos felizes e não sabíamos.
Éramos felizes?
Se não víamos a felicidade no que tínhamos, podemos correr o risco de não a estarmos a ver agora, e de não a continuarmos a ver depois de tudo isto passar. A felicidade mora nas pequenas coisas, na consciência presente e no que escolhemos fazer hoje. Mais do que sentir a felicidade, a felicidade é uma construção que resulta de ações, de um olhar meio cheio, de um encontro de paz dentro de cada um de nós, no saborear agora o que estamos a fazer por muito que nos pareça que o melhor está sempre para vir.
A felicidade não nasce numa linha recta, mas na forma como escolhemos trilhar a linha sinuosa da vida, com baixos e altos, com incertezas constantes, com a resiliência necessária para assumirmos a responsabilidade pelo que escolhemos fazer agora.
A COVID-19 despiu-nos e mostrou-nos as nossas verdadeiras vulnerabilidades.
A COVID-19 despiu-nos e mostrou-nos as nossas verdadeiras vulnerabilidades, também elas presentes nas vidas que já eram felizes. Despiu-nos porque nos sentou em casa e nos convidou a olhar para o que tínhamos dentro dela, dentro de cada um de nós e que mundo conseguimos ver das nossas janelas.
A felicidade não virá depois de tudo isto passar…
A felicidade não virá depois de tudo isto passar se não nos mobilizarmos hoje para encontrarmos dentro de nós motivos para agradecer e para sorrir, a necessidade de simplificar e desapegar do que não controlamos, as ferramentas necessárias para vivermos com a imprevisibilidade da vida constante. Se não conseguirmos identificar as nossas verdadeiras necessidades, forças e o que é realmente importante, necessário e prioritário. A felicidade não vem com ninguém nem com nada, embora possa ficar profundamente abalada com os que perdemos e com as condicionantes da vida.
A felicidade nasce nos momentos simples.
Na forma como escolhemos olhar para o que nos chega e é alimentada no coração pela forma livre, grata e simples pela forma como escolhemos olhar. Sentir e viver primeiro no nosso mundo interior e depois no mundo que vive fora de cada um de nós.
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